A peça que passou hoje no Telejornal da SIC às 13 horas sobre (?) a poluição em Sines é um péssimo trabalho jornalístico. Na realidade a jornalista pôs-se a jeito para que o Presidente da autarquia fizesse mais uma sessão de propaganda. Para não destoar das anteriores o enquadramento escolhido, como habitualmente, foi a baía de Sines. Uma piroseira inenarrável.
O trabalho da jornalista ignorou todas as questões pertinentes que se colocam, neste momento, face à possibilidade de ser construída em Sines uma nova refinaria. Questões a que as entidades governamentais, mas também as locais, devem dar respostas. Por que razão não existe, passados trinta anos da construção da primeira refinaria, qualquer tipo de monitorização da qualidade do ar? Os resultados do Instituto do Ambiente são credíveis? Por que razão não existe qualquer estudo sobre os impactos da poluição na saúde pública? Qual é o tipo de doença prevalente no concelho de Sines e quais as principais causas de morte? O que faz a autarquia ao dinheiro do Fundo Térmico da EDP e às receitas extraordinárias da Petrogal? Por que razão na situação actual o autarca defende, o homem nem disfarça, com tanto empenho a nova refinaria? Onde é que a jornalista foi desencantar a associação ecologista? Quando é que tomaram qualquer posição pública sobre esta questão? Quem terá dito à jornalista que os problemas da poluição melhoraram em 2003 e que pioraram ultimamente? Um jornalista deve distinguir a propaganda da realidade.


 

Pedra do Homem, 2007



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