"A dupla legitimação dos líderes partidários" de Mário Mesquita, hoje no Público e "o PS no seu labirinto" de Rui Namorado, hoje no DN.
Mário Mesquita reflete sobre o processo de eleição dos líderes partidários a partir da realização de eleições directas já adoptado pelo PS e pelo CDS e que agora Marques Mendes quer ver aprovado no PSD. Mesquita conclui que esta mudança aumenta a influência mediática, sobretudo da televisão, dentro dos partidos fazendo com que as campanhas internas percam influência para a eleição dos dirigentes e em particular do secretário geral. Trata-se de substituir um processo de eleição mediadas pelos representantes eleitos no partido por um outro em que a influência dos actores políticos e mediáticos externos será muito sensível.
Rui Namorado que apresenta um conjunto de propostas para retirar "o PS do seu labirinto" pretende dar relevância "ao Congresso Nacional como alavanca de renovação, libertando-se da hipoteca das pequenas quintas partidárias, dirigida a perpetuar no plano concelhio e distrital o domínio dos pequenos poderes que atrofiam o PS".
Ora como salienta Mário Murteira a eleição directa minimiza a importância dos Congressos, conferindo aos eleitos uma segunda legitimidade que é obtida fora das paredes partidárias. Contrariamente ao que Rui Namorado gostaria os militantes partidários, dos partidos que adoptam as directas, contam cada vez menos para a definição da vida ...partidária pelo que não se pode em rigôr esperar que contem alguma coisa para a definição da vida do país.


 

Pedra do Homem, 2007



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