Morreu ontem com 98 anos um dos mais importantes economistas do último século. Um economista que falava de forma clara e simples sobre as questões mais complexas da economia. No Público, um trabalho - disponível on line só com subscrição - da jornalista Eunice Lourenço traça um perfil do mestre canadiano/americano. Galbraith defendeu sempre a "intervenção governamental na economia para resolver os problemas sociais e rejeitou a ideia de que as decisões de produção se baseiam na procura dos consumidores. Pelo contrário dizia que são os produtores que manipulam os consumidores para lhes imporem certos produtos e serviços de que não precisam. Esa cultura de consumo pode ser rica em bens, mas pobre em serviços sociais e de interesse público".
No seu livro mais famoso, a Sociedade da Abundância(*), escreveu a dado passo: "Se se é rico ou até próspero e com amor-próprio, qualquer doutrina que torne os serviços públicos ( e portanto os impostos) não económicos, politicamente regressivos e possivelmente imorais, está sujeita a parecer benigna. Qualquer coisa que seja de tanta conveniência deve ser correcta. Mas embora não se precisasse da prova, a exegese era bem vinda e por isso havia considerável procura de profectas do mercado. Estes tornaram-se rapidamente disponíveis, e nos anos seguintes à segunda guerra mundial, clubes de serviços, convenções de vendas e até clubes de senhoras suburbanos ouviam atentos o evangelho revelado por John Stuart Mill, Herbert Spencer, William Graham Summer, Friedrich Von Hayek e Ludwig Von Mises".

(*) - John Kenneth Galbraith. A Sociedade da Abundância. Publicações Europa-América. 1976


 

Pedra do Homem, 2007



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