Mandarin Oriental Hyde Park, Londres

Quem não gostaria de passar uma noite no Mandarin Oriental Hyde Park em Londres? Este é apenas um dos hotéis de luxo de entre umas duas dezenas que esta cidade tem para oferecer. O interior deste tipo de hotéis é talvez tão luxuriante quanto o exterior onde cada detalhe é pensado ao pormenor. No luxo é assim, há uma encenação para que o cliente habite um mundo de perfeição e exclusividade. Aos detentores de fabulosas fortunas o mundo oferece lugares criados com minúcia e excelência para que sintam o seu dinheiro sempre por perto, para que se sintam permanentemente protegidos. Imagino que a vivência por esses lugares seja tão natural como a que os pobres ou os menos abastados têm noutros sítios. É tudo uma questão de hábito. O dinheiro acaba por definir o mundo e a realidade de cada um de nós. Por mais que imaginemos nunca sabemos o que são as outras realidades: tal como não sabemos o que é a miséria e a noite nos labirintos mais pobres da cidade, também desconhecemos o que é o esplendor do luxo numa moradia bilionária. Apesar de vivermos num mundo aparentemente mais próximo, sabemos muito menos uns dos outros do que imaginamos. Na realidade, só sabemos o que se vivemos.
Só que existem momentos em que essas duas realidades se cruzam. E na grande maioria dos casos a riqueza torna-se obscena. Oscar Niemeyer tinha razão quando dizia "No mundo de hoje ser-se rico é uma vergonha".


 

Pedra do Homem, 2007



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