A Ministra lá aborda a questão financeira na sua entrevista ao Público. Diz ela que as despesas com educação duplicaram em dez anos e que no mesmo período o número de alunos diminuiu 0,2 por cento e o número de professores aumentou 1,2 por cento.
A Ministra não tira conclusões mas deixa a sugestão de que esta duplicação de custos se fez sobretudo à custa da massa salarial dos professores.
Seria bom que a Ministra divulgasse as razões deste aumento brutal da despesa com a Educação.
É que os únicos responsáveis com o aumento da despesa num qualquer ministério são os Ministros e o Primeiro-Ministro. Ora fazendo as contas - admitindo que o que a Ministra diz é verdade - constata-se que este surto despesista começou exactamente em 1996, estava acabadinho de eleger o governo socialista de António Guterres, que tinha como Ministro da Educação aquele que foi para mim o melhor desde o 25 de Abril, o engenheiro Marçal Grilo. Até 2001 o PS e os seus governos asseguraram a gestão da coisa pública. Segundo a Ministra foram 6 anos a engordar o monstro. Seguiram-se Durão Barroso, Santana Lopes e agora Sócrates que se presume não terá responsabilidades na coisa.
Seria interessante conhecer a composição da despesa e sobretudo qual a parte dessa despesa destinada pelos governos do PS a reforçarem a universalidade do acesso e a garantirem condições dignas às escolas. E igualmente a parte destinada a reforçar as verbas que são destinadas a encher os bolsos dos boys que entopem as inúteis e muitas vezes incompetentes estruturas regionais e tudo o que são lugares de nomeação política clara ou disfarçada. Refiro o meu total acordo à utilização do Napalm para erradicar as diversas comissões que realizam em contínuo estudos sobre o Sistema Educativo, sugerida por Maria Filomena Mónica.
A propósito alguém conhece um professor que neste período tenha visto os seus salários duplicarem?


 

Pedra do Homem, 2007



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