Luís de Camões morreu faz hoje 426 anos, em 1580:
Depois de Goa e Moçambique é tempo de voltar à Patria.
Chega a Lisboa em 1570. Quer levar a bom porto a
publicação da sua maior obra: Os Lusíadas.
Vencidas as dificuldades, censurada a obra, os Lusíadas
são publicados em 1572. Uma tença de 15.000 réis anuais
é-lhe concedida por D. Sebastião. E assim, nunca livre de
dificuldades, vai-se mantendo até ao fim da vida, a 10 de
Junho de 1580.
(...)
PODEIS VOS EMBARCAR, QUE TENDES VENTO
E MAR TRANQUILO, PERA A PÁTRIA AMADA.
ASSIM LHE DISSE, E LOGO MOVIMENTO
FAZEM DA ILHA ALEGRE E NAMORADA.
LEVAM REFRESCO E NOBRE MANTIMENTO;
LEVAM A COMPANHIA DESEJADA
DAS NINFAS, QUE HÃO-DE TER ETERNAMENTE
POR MAIS TEMPO QUE O SOL O MUNDO AQUENTE.

ASSIM FORAM CORTANDO O MAR SERENO,
COM VENTO SEMPRE MANSO E NUNCA IRADO,
ATÉ QUE HOUVERAM VISTA DO TERRENO
EM QUE NASCERAM, SEMPRE DESEJADO.
ENTRARAM PELA FOZ DO TEJO AMENO,
E A SUA PÁTRIA E REI TEMIDO E AMADO
O PRÉMIO E GLÓRIA DÃO POR QUE MANDOU,
E COM TÍTULOS NOVOS SE ILUSTROU.
(...)

excerto de Canto X, Os Lusíadas de Luís de Camões.




 

Pedra do Homem, 2007



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