... demitiu-se de MNE. Nada de novo. Freitas invoca razões de saúde, que as terá certamente, mas todos sabemos que algo não correu bem na passagem de Freitas pelo Governo de Sócrates. O ex- MNE não digeriu, nunca digerirá, o facto de não ter sido escolhido para candidato presidencial do PS. A única razão que justificaria o seu regresso ao Governo e o seu particular empenho no apoio a Sócrates foi implacavelmente inutilizada por Sócrates e por Soares. Sócrates porque não queria uma escolha incapaz de fazer ela própria as despesas de uma derrota - e portanto suceptível de o beliscar - e porque o seu candidato ideal seria.... Cavaco, como se viu. Soares porque não foi capaz de sentir as facadas que lhe espetavam nas costas e continuou alegremente - passe a ironia - até à derrota final tão esperada por alguns dos seus maiores apoiantes.
Mas Freitas, que conquistou ao longo de 30 anos o respeito dos democratas, pertence a uma geração de políticos que tendem a rarear em Portugal: os que colocam as ideias acima dos interesses. Que vá em paz e que recupere rapidamente a saúde.


 

Pedra do Homem, 2007



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