Luís Delgado, o único comentador político que é capaz de ser em simultâneo um incondicional de Santana Lopes e de Sócrates, foi à bola. As consequências estão bem à vista na crónica que hoje assina no DN. Diz o Luís: "É preciso ter muita sorte, diga-se: dois dias antes do primeiro jogo de Portugal, o INE divulga as Contas Nacionais do primeiro trimestre, e não é que o País entrou em milagre? O PIB cresceu, as exportações deram um pulo inesperado, o consumo aumentou ligeiramente e o investimento assim-assim. Melhor seria impossível, tal como no filme.Embalado pelo clima, pela natureza e pelo futuro, que ninguém sabe o que é, mas também pouco interessa, o País vive eufórico, alheado e preparado para tudo(...)
Que país será este de que fala o Luís? O País que entrou em milagre será o nosso?
Ir à bola nestes dias pode não ser a mais saudável das actividades. Tal como a exposição continuada às overdoses de futebolês com que a televisão pública nos informa naquilo que outrora se chamava "Telejornal". Pode baralhar as ideias mesmo as já muito baralhadas.


 

Pedra do Homem, 2007



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