Mais uma ausência de peso para o Centro Histórico de Sines: a nova loja dos Correios instalou-se numa das novas urbanizações de Sines desde o passado dia 4. Ainda não consegui perceber o porquê desta mudança, se os CTT têm há meses um local para recepção na Zona Industrial Ligeira. Exceptuando a modernidade formal e confortável de uma loja franchising, todas as razões que ouvi, vagamente, em comentários no local, persistem.
Tenho a sorte de trabalhar num bonito edifício recuperado no centro histórico de Sines. O centro histórico diz-me muito e diz muito a todos os que se ligam afectivamente a Sines. O centro histórico é a alma de uma cidade, de um lugar. Se descuramos essa realidade perdemos a sua identidade; a cidade como um corpo formado por gente, fica à deriva. Sem essa alma viva, o resto, o novo, é obtuso. Todos sabemos que é assim mas é preciso agir, porque pouco a pouco "a vida activa" sineense vai-se encaminhando para um "novo" centro que não é centro, mas a ilusão de urbanidade criada por edifícios recentes, com belas vistas para o mar, erguidos no antigo espaço da fábrica do peixe, como lhe chamávamos.
Espero que haja um caminho pensado que sustente as alterações dos novos trilhos e espaços desta cidade. Por enquanto nada se sente. O centro histórico vai ficando pouco a pouco despovoado e pior ainda, abandonado. Há que trazer vida para o centro e evitar que os pólos de confluência de gente simplesmente saiam. O Centro das Artes e a Biblioteca não chegam. Há que criar razões para que as pessoas continuem a andar pelas ruas mais estreitas e a residirem ali. Não podemos deixar simplesmente cair a Portuguesa. Há que envolver os sineenses nesse "trabalho". Acho que é uma boa razão para unir ideias e pessoas.
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