Acabei de ver o documentário que mostra a luta de Al Gore para impor a a questão do aquecimento global na agenda política internacional. Um documentário que, infelizmente, só estará disponível nos cinemas de Lisboa e do Porto e que, por esse facto, não será visto pela maior parte da população. Talvez o Ministério do Ambiente pudesse gastar algum dinheiro público para divulgar o documentário. A começar pelas escolas e depois, em colaboração com os movimentos ecologistas quem sabe, organizar sessões de esclarecimento sobre o aquecimento global com a exibição do impressionante documento. Que dinheiro tão bem gasto.
O documentário mostra como a precária situação do planeta, acossado pelas consequências terríveis do aquecimento global, pode a curto prazo degradar-se de forma irreversível.
Al Gore entende que somos capazes de dar uma resposta adequada à dimensão do problema. Mas há um obstáculo principal. Aqueles que na Administração Bush acham que esta é uma verdade inconveniente e que entre outras asneiras, de que a recusa de assumirem a responsabilidade de enfrentarem esta ameaça é a mais grave, adquiriram o hábito de censurar relatórios científicos. A propósito desta questão o programa "60 Minutos" da CBS, que a SIC Notícias exibe todas as semanas, apresentou uma entrevista com uma das maiores sumidades americanas sobre as alterações climáticas que vê os seus relatórios sistematicamente corrigidos por um acessor de Bush para as questões ambientais, originário, pasme-se, da indústria do petróleo. No documentário Al Gore refere o sujeito e informa que entretanto se terá demitido e regressado ao seu lugar no lóbi petrolífero. Mas enquanto por lá andou de lápis azul em punho fez o seu trabalho.
Al Gore fez, após a saída de Clinton, uma campanha para a Prresidência muito fracota, cinzentona e só por isso foi possível perder para um cowboy sem cabeça. Chamaram-lhe então o "Al Bore". Nessa perspectiva mereceu bem o castigo. Mas todos sabemos que perdeu com base na batota disfarçada de legalidade. Teve mais votos. Foi o candidato escolhido pela maioria dos americanos. Que tinham, aliás, razão para o escolherem a ele. O outro tem feito asneiras atrás de asneiras com a assustadora particularidade de que essas asneiras têm reflexos a uma escala global e são de consequências potencialmente terríveis para a humanidade. Para a vida na Terra. Como diz Al Gore "a nossa capacidade para viver é o que está em jogo".
Um simples resultado eleitoral - manipulado é sempre bom lembrar - pode alterar tudo para pior nas nossas vidas.
Pode ver um trailer do documentário aqui e aqui. Mas se puder passar por Lisboa ou pelo Porto não perca. Vá ver.
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