o de José Manuel Fernandes, no seu editorial do Público da passada quinta-feira, no qual reitera o seu ataque às SCUT´s e em simultâneo critica a decisão do Governo de acabar com algumas delas. A dado passo escreve o editorialista. "(...) as Scut são desde o ínicio um disparate, uma asneira devida às habilidades inventadas no tempo das vacas magras. Até porque, como provam os estudos habitualmente invocados para sustentar a importância destes investimentos - como os dos professores Marvão Pereira e Jorge Andraz - se os investimentos em infra-estruturas rodoviárias têm algum retorno em termos de desenvolvimento económico (apesar de se dever comparar esse retorno com o que proporcionariam investimentos em ferrovia...), a verdade é que eles beneficiam mais as regiões mais ricas, como a de Lisboa, do que aquelas que realmente servem. Mais: desde o ínicio que a opção por construir estas vias com "portagens virtuais" pagas por todos os cidadãos, pobres ou ricos, com carro ou sem carro, pecou por incoerência.(...)".
O editorialista devia, face ao seu reciocínio anterior, absolutamente correcto, ter concluído: Mais: desde o ínicio que a opção por construir estas vias com "portagens virtuais" pagas por todos os cidadãos. pobres ou ricos, com carro ou sem carro, se caracterizou por uma coerência inatacável, já que a aplicação do príncipio do utilizador-pagador se revestia, neste caso, de uma injustiça chocante e inaceitável. Ontem como hoje.

PS - O tempo das Scut´s foi o tempo das vacas gordas que é o tempo certo para olhar mais longe e afectar recursos à correção das assimetrias e das desigualdades. Para alguns, pelo menos.


 

Pedra do Homem, 2007



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