..., no fundo da Europa" escreveu, sábio, Vasco Pulido Valente, no Público da passada sexta-feira. A única maneira de Portugal deixar de ser essa tirinha "no fundo da Europa" para o articulista passa pelas opções sobre a OTA e o TGV e ... pelas Scut´s. Cito algumas das partes do texto, admirável a vários títulos. "(...) Se há alguma coisa historicamente indiscutível é que o isolamento mata. Não se trata só, como certa gente de pouco espírito parece supor, da economia (embora se trate também disso) mas, sem hipérbole, de civilização. Não vale a pena um comentário "erudito". Basta pensar em Portugal. Como nenhum outro factor, a posição periférica de Portugal determinou o atraso e a semibarbárie em que sempre vivemos. (...) As Scut não foram um "disparate" e uma "asneira". Foram um esforço. e um esforço necessário, para ligar o interior ao litoral. Ou, se quiserem, para diminuir a distância entre a civilização do interior e a civilização do litoral. O valor das Scut não se mede em "desenvolvimento". O que interessa saber é se mudaram o interior e, para bem ou para mal, às vezes para muito mal, mudaram. Quem sugere que o príncipio do uitilizador-pagador se aplique às Scut não percebe com certeza esta evidência primária: faz todo o sentido que toda a gente pague uma política que na práctica se destina a transformar todo o país."
Pois é VPV tem esta característica excelente de não encarr(n)eirar na onda geral, pensar pela sua cabeça, e de não se recusar a ver aquilo que é evidente.


 

Pedra do Homem, 2007



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