Não corro o risco de ser original ao manifestar a minha satisfação pela não eleição de Lula na primeira volta das eleições brasileiras. Lula depois de ter conquistado a presidência brasileira -um feito notável depois de três derrotas consecutivas, atendendo ao seu passado de operário metalúrgico e sindicalista, representante das classes que no Brasil estão excluídas dos altos cargos políticos, e ao programa que suportava a sua candidatura - esqueceu o programa com o qual foi eleito, promoveu uma viragem à direita do seu PT e, pior do que tudo, fez vista grossa à corrupção como instrumento da actividade política.
Lula desempenha, de forma chocante, o papel do político que rodeado por corruptos por tudo o que é lado finge sempre que não tem nada a ver com isso, que a responsabilidade é dos outros e que ele é naturalmente inocente. Pelo meio foi expulsando liminarmente do PT todos aqueles cujo único crime foi serem fiéis aos ideais do .... PT.
Ainda bem que não ganhou à primeira. Se não ganhar à segunda não virá mal ao mundo. Não há nada pior do que alguém eleito em nome da esquerda governar em nome dos interesses da direita.


 

Pedra do Homem, 2007



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