fotografia de Jehad Nga (Darfur, Sudão, 2006)

Como é que os terroristas e os grupos chamados "rebeldes" se armam? Sabe-se muitas vezes quem é o "financiador" mas esconde-se em geral o "fornecedor". Será que neste patamar de negócios são todos amigos? Terão verdadeira consciência do que estão a vender? Será que o objectivo deste negócio é igual ao dos telemóveis: todas as pessoas terão um.
O negócio do armamento é uma espécie de off shore de todos os outros negócios. É um negócio tabu de que nunca se fala. E sabemos que em grande parte representa uma fatia substancial da economia de alguns países. Os grandes investimentos são feitos à custa de dinheiros públicos, mas, na maioria dos casos, à custa de matérias primas valiosas. São, nesta última hipótese, adquiridos por Estados e por grupos organizados oriundos de países cuja população vive normalmente em condições miseráveis. Seria interessante saber-se dos sinuosos trajectos do negócio das armas. Se este negócio fosse menos tabu, talvez a vergonha pudesse aflorar em alguns discursos políticos.
É que enquanto não se atacar as causas mais profundas, todas as "terapêuticas" serão sempre ineficientes.


 

Pedra do Homem, 2007



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