Quem são os que viajam para destinos-distantes como as Ilhas Kiribati (na fotografia)? Ou o Burundi que também acaba em i?
Já para não falar no circuito europeu, contam-me as férias em Cuba, na República Dominicana, (o clássico das viagens de finalistas), as férias no Brasil e até na distante Austrália e no enigmático Vietname. Mas nunca ninguém me surpreendeu com a sua viagem ao Quirguistão, ao Brunei, a Myanmar, ao Suriname, ao Equador, nem sequer às minhas sonhadas Islândia e Mongólia. Ou seja, não conheço viajantes. Os que podem ir de férias, escolhem os mesmos locais. Marketing turístico ou a falta de imaginação? Acho que é simplesmente uma visão redutora dos destinos. Esquecemo-nos de mais de metade dos países do mundo.
Os europeus já viajaram pelo poder mas também pela aventura e descoberta. Como diz Sophia "Aos homens ordenou que navegassem / Sempre mais longe para ver o que havia / E sempre para Sul e que indagassem / O mar, a terra, o vento, a calmaria / Os povos e os astros / E no desconhecido cada dia entrassem" . Porém, estando o Mundo descoberto, poucos vão ver as suas longínquas paisagens. Mesmo os mais abastados não viajam pelo prazer de viajar, têm que ter uma razão para o fazer. Raramente se parte à aventura, o destino tem um objectivo subjacente e é normalmente cultural, o que é uma grande chatice!! E depois não se viaja, vai-se de férias já com dia e hora de regresso. Há um distante mundo esquecido que parece continuar a existir mesmo que um dia possamos não conseguir contornar os nossas intolerâncias. Um mundo esquecido que nos protege. E sem nomear essas distantes ilhas onde começa o nono Mundo Perdido de Spielberg e onde se esconde o romântico e sensível King Kong.


 

Pedra do Homem, 2007



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