"Onde está o reformismo de esquerda do PS?" tem sido a pergunta a que André Freire tem tentado responder ao longo de três artigos no Público. A ler obrigatoriamente o terceiro, hoje no Público. Cito esta passagem esclarecedora e que subcrevo: "(...) considero que há razões para falar de um reposicionamento ideológico do PS. Primeiro, porque há uma desigual distribuição dos custos do ajustamento entre o capital( altamente poupado) e o trabalho (sobre o qual incide o grosso dos ajustamentos pedidos aos portugueses). Segundo, por causa do clima anti-sindical. Terceiro, devido ao desinvestimento na educação, sobretudo no superior, que, além do mais, contraria o compromisso eleitoral de dar prioridade à qualificação dos portugueses (...)."
André Freire reflecte igualmente sobre a própria mudança da composição da base social de apoio ao Governo e ao PS. Tenho aqui referido algumas vezes essa ideia que não tenho dúvidas que corresponde à realidade actual que as sondagens ainda não reflectem em toda a sua dimensão. Cito de novo: (...) uma hipotese é o PS estar a conseguir apoios junto de uma parte significativa do eleitorado do PSD ea alienar parte significativa do seu eleitorado para a indecisão/abstenção e para a extrema-esquerda.(...) Mas muito mais importnte do que quaisquer cálculos eleitorais é a subalternização de princípios e orientações fundamentais, contrariando até compromissos eleitorais centrais, que se têm registado. Isso põe em causa a própria qualidade da representação política."


 

Pedra do Homem, 2007



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