Em primeiro lugar é necessário afirmar que as medidas propostas pelo Governo merecem aplauso. Escrevi neste blogue, algumas dezenas de vezes, a denunciar o escândalo dos lucros crescentes da Banca e o facto de pagarem impostos a uma taxa de IRC mínima.
As formas como a Banca acumula ganhos, não tributados, são várias. Nestes dias ficámos a conhecer alguns. Arrendondamentos criativos; Provisões para crédito à habitação, garantidos pela hipoteca das casas, deduzidos à matéria colectável etc.
Tudo se resume a uma coisa que só as grandes empresas podem fazer: planeamento fiscal. Por outras palavras formas elaboradas de pagar menos impostos.
Apetece colocar uma questão: quanto perdeu o País em impostos com estes esquemas permitidos por uma legalidade feita à medida?
Em segundo lugar a reacção da Banca é lamentável. Estão habituados a um tratamento preferencial e a uma discriminação positiva e querem continuar. Por isso atacam o poder político que toma a decisão de rever a sua situação. Uma exibição de arrogância protagonizada por João Salgueiros.
Em terceiro lugar as medidas só darão resultados em 2008. É pena. Lamenta-se. Até lá o regabofe continua. O Governo colhe já hoje os aplausos pela medida que só terá consequências em 2008. Para esta tomada de posição de Sócrates contou e muito as críticas à esquerda e a erosão da base original de apoio do Governo. Como se sabe essa base tem vindo a alterar-se em termos da sua composição.
Um Congresso do PS, mesmo com a albanização já instalada, obriga a dar um ar de esquerda, para permitir manter o essencial das políticas que alimentam as críticas daqueles que acusam Sócrates de liberal, isto é de ser de direita.


 

Pedra do Homem, 2007



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