... está na berra como sempre acontece nos períodos de maioria absoluta. Neste caso o que motiva quase todos os analistas é a falta do líder da oposição. O seu carácter efémero e a sua manifesta desadequação ao lugar e em particular ao lugar que estará, em príncipio, destinado a um líder da oposição que se preze: o lugar de primeiro-ministro.
Com raras excepções todos os analistas coincidem na crucificação de Marques Mendes e vaticinam mesmo que "este homem nunca será primeiro-ministro". A ideia é esta embora possa ser outro o estilo adoptado.
Miguel Sousa Tavares escreveu- Expresso de 11-11-2006 - que "refreio a tentação de declarar preto no branco à nação que jamais o dr. Marques Mendes será primeiro-ministro de Portugal. Mas lá que tenho a tentação, isso não posso negar." Todos se recordarão, e MST refere o episódio na sua crónica, que em tempos que já lá vão José Manuel Fernandes declarou por outras palavras a mesma coisa àcerca de Durão Barroso. Mais valia que o director do Público tivesse acertado mas a realidade é que Durão Barroso foi mesmo primeiro-ministro em trânsito para o eldorado de Bruxelas e da Comissão Europeia depois de, muito provavelmente, ter sido unanimemente considerado o pior líder da oposição, até porque nessa altura ainda Marques Mendes não tinha exercido a função com o destaque que o caracteriza.
Prefiro o estilo e a análise de Constança Cunha e Sá que no Público da passada sexta-feira escreveu que "(...) a oposição, entregue aos partidos e à Assembleia da República, seja vista, entre nós, como um mal necessário, assegurado por meia dúzia de incompetentes que prima pela falta de curriculum e pela ausência de alternativas. Até chegar ao poder, qualquer líder da oposição é um líder transitório que invariavelmente não está talhado para liderar a oposição.
Uma vez no poder, as coisas mudam naturalmente: o currúculo compõe-se, o partido desaparece e a Assembleia ilumina-se com a presença do primeiro-ministro e com as habilidades oratórias que lhe são permitidas pelo actual regimento. Os que criticam o curriculum partidário do dr. Marques Mendes são os mesmos que deixam passar em claro o curriculum (mais pobre) com que o eng. Sócrates ganhou as legislativas.(...)"
Pois é!!!
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