Hoje no Público o Destaque, com grande destaque na primeira página, é dedicado a uma entrevista com João Cravinho. O governo e em particular o ministro da Justiça são fortemente visados pela negativa. Cito( sublinhados meus): "(...) Interrogo-me se não estamos a recuperar alguns elementos de governamentalização da Assembleia da República(...) Mas quando se entende que o deputado não é mais que um autómato ou uma correia de transmissão - não pode ter iniciativas, tem que ser cinzento, não pode ter ideias próprias, não tem o direito de dizer a sua opinião... ;"(...) Vir dizer que alguém não quer, o presidente do concelho não quer, o ministro da Justiça não quer, isso para mim é indiferente. O que interessa são as razões por que não quer, o debate político. Para a vontade autoritária, estou-me rigorosamente nas tintas. Foi por isso que se fez o 25 de Abril." ;
Da mesma forma que coloca em evidência as oposições que encontrou no seu partido e no Governo do seu partido Cravinho não deixa de salientar o apoio que sempre sentiu da parte do Presidente da República.
O problema é que Cravinho está de partida e ficamos todos com a sensação que o Parlamento perde um deputado dos poucos que não são domesticáveis. Vão ficando os outros.


 

Pedra do Homem, 2007



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