Já terei confessado aqui muitas das razões que me levam a ter alguma simpatia por Rui Rio. Terei escrito que se fosse eleitor no Porto teria contribuído para a sua eleição na primeira candidatura. Não o fiz mas fiquei muito satisfeito com a sua eleição contra o candidato do PS e sobretudo contra a coligação PS - FCP, que me pareceu sempre repugnante.
Nas últimas eleições autárquicas terei escrito que o BE escolheu o pior candidato possível a julgar pela campanha que fez: com efeito Texeira Lopes na campanha não apresentou qualquer ideia limitando-se a atacar de forma sistemática Rui Rio. O resultado foi o que se sabe: o BE não elegeu qualquer vereador. Admito que Teixeira Lopes tenha boas razões políticas para detestar Rui RIo. Mas os ataques são muitas vezes de uma contundência que não aparece suportada em qualquer conteúdo, pelo menos entendível por pessoas como eu.
O absurdo surgiu esta semana com uma notícia no Público da passada quarta-feira em que o dirigente do BE criticava o facto de os promotores do Movimento Voto Sim terem convidado Rui RIo para integrar o movimento. Afirmava Teixeira Lopes que este convite "acabava por branquear o seu comportamento e o meu receio é qe Rui Rio possa utilizar o próprio movimento para ganhar notoriedade e tentar recuperar a sua imagem junto de um certo eleitorado". Desculpe, importa-se de repetir? Esta deve ser a declaração política mais estupida do ano que agora se iniciou. Teixeira Lopes parece ter perdido a noção das realidades e pretende, pelos vistos, separar as pessoas que apoiam o Sim entre as boas e as más. Rui RIo naturalmente pertence aos maus. Todo e qualquer cidadão tem o direito de integrar seja que movimento for apenas determinado pela sua opinião pessoal sobre a questão. Este direito parece-me inquestionável. Nao lhe ocorrerá pelo contrário esquecer por uns momentos as suas diferenças político-partidárias -naturalmente estimáveis - e trabalhar para a unidade à volta da questão central que é fazer triunfar o SIm no referendo do próximo mês?
Com este tipo de contribuições o SIM arrisca-se a virar um Não.


 

Pedra do Homem, 2007



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