Hoje no suplemento Local do Público um artigo de opinião assinado por Jorge Vilhena Mesquita e Ana Paula Gago. Uma reflexão sobre a o desenvolvimento urbano ao sabor dos interesses dos promotores imobiliarios, sobre o papel da arquitectura e, sobretudo, dos arquitectos mais famosos, utilizados como viabilizadores da muitas vezes grosseira violação dos instrumentos de planeamento e sobre o papel do planeamento urbanístico e da cidadania no desenvolvimento das cidades. A não perder.

ADENDA: Como o link para a edição do Público só se mantem válido durante o próprio dia da edição junto duas ou três citações do artigo referido: 1) "Parece ter virado moda: de cada vez que em Portugal um promotor imobiliário pretende fazer aprovar um projecto que não "cabe" no Plano Director Municipal(PDM) - em razão da altura das cérceas, da excessiva densidade de construção, ou de ambas - entrega-o a um nome sonante da arquitectura para melhor o fazer "passar"; é o que está a acontecer com os projectos de Normam Foster para Santos e de Ricardo Boffil para as Picoas, em Lisboa, apresentados com a aura de "arquitectura de autor(...)"; 2) (...) Que o próprio poder autárquico apadrinhe tamanho desvario urbanístico representa, a nosso ver, um abuso e desvio de poder; não foi para favorecer a mais desaforada especulação que ele foi eleito, mas para promover o interesse público, zelando pelo direito dos cidadãos a viver numa cidade habitável!(...)" 3) A arquitectura e o urbanismo só podem vingar enquanto artes de construção da cidade na duração e na regra. Ora o espaço urbano é, cada vez mais, alvo de uma ganância especulativa que o vê como um bem consumível a explorar na imediatez da oportunidade e ao sabor da mesma, ganância esssa para a qual regra e estabilidade legal são um estorvo.(...)"


 

Pedra do Homem, 2007



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