Foi desta forma que Fontão de Carvalho respondeu quando o jornalista da SIC Notícias lhe pergntou porque razão não tinha revelado que já tinha sido constituído arguido noutro processo, quando estalou o caso Bragaparques. Uma má resposta à falta de uma melhor. Estou certo que Fontão de Carvalho não deveria ter suspenso o mandato pelo facto de ter sido constituído arguido no caso dos prémios da EPUL. Mas, omitir esse facto aos seus e sobretudo ao Presidente da Câmara a quem deve solidariedade institucional, particularmente num momento tão delicado? Julgo que não se faz. No entanto, manda o bom senso que se distinga o que é diferente. No caso Bragaparques está em cima da mesa um processo que envolverá a corrupção de agentes públicos para permitir a transferência de fundos públicos para mãos privadas. No caso EPUL estamos perante actos de gestao eventualmente lesivos dos cofres municipais mas facilmente sanáveis e anuláveis.
O que não me parece sanável é o comportamento de Fontão de Carvlho e a estabilidade política da actual maioria que está* na Câmara. Marques Mendes tem aqui mais uma oportunidade: acabar de vez com esta agonia, retirando a caução política a esta maioria e determinando aquilo que, neste momento, só ele pode determinar: a realização de eleições intercalares. Lisboa e os lisboetas agradecer-lhe-ão e quem sabe se não lhe manifestarão isso mesmo no próximo acto intercalar.

* - a utilização do termo governar pareceu-me francamente excessiva.


 

Pedra do Homem, 2007



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