Assiste-se a um frenesim à volta das novas energias. As movimentações sucedem-se. Esticam-se braços que atravessam continentes. O Tio Sam Bush estendeu de novo o mapa e foi ao Brasil. O Tio quer abraçar a produção de etanol, mas está também muito preocupado com a pobreza e com a irradicação de doenças. E ao que parece, ultimamente, também se preocupa com o futuro do planeta. Estou comovida com tanta bondade!
Enquanto este tema foi mais teoria do que prática, eu até pensei que o recurso às novas energias se iria fazer lentamente, sem grandes atropelos. Mas claro, ingenuidade a minha, os gigantes já se levantaram e definiram as suas estratégias, atropelam-se nos bastidores. São sempre os mesmos que avançam, são quase sempre os mesmos que ficam a olhar. A história repete-se, procuram-se e asseguram-se os recursos, estabelecem-se acordos em troca de umas coroas e de uns programas contra a pobreza. Enfim, a mesma pobreza de sempre.
Sobre este tema, aconselho a leitura de um pequeno artigo publicado no Courrier Internacional desta semana, com a assinatura de Tom Philipps ( The Guardian) que fala dos esquecidos da revolução energética no Brasil, das condições dos trabalhadores nas plantações da cana-de-açúcar. É que também no que toca às novas energias, nem tudo é como deveria ser. Não basta pensarmos somente como consumidores, nas finalidades e vantagens das novas energias, devemos pensar em todo a processo de produção e lembrarmo-nos que também aí existem direitos humanos a preservar.
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