Helena Roseta deixou outra vez uma sensação de dejá vu e de fraqueza de propostas que surpreende pela negativa. A partir da constatação - feita por muita gente - da perda de população de Lisboa e da necesidade de inverter essa perda não apresentou uma única medida para a concretizar. Pelo meio admitiu uma medida terrível que é a introdução de portagens na cidade. Terrível por se taduzir num ónus sobre aqueles que foram forçados a viverem nas periferias pelas dinâmicas segregadoras do imobilário. Talvez Roseta pudesse propor que esses - potenciais vitímas de todos os disparates que o governo da cidade tem feito e irá continuar a fazer - deviam poder votar nestas eleições.
Sem uma intervenção pública concreta como se pode repovoar a cidade? Fazendo Planos como o da Baixa-Chiado? Planos que estimulam as migrações dentro da Cidade dos sítios menos in para os mais in. Migrações determinadas pelo elevado valor aquisitivo. Fazendo acunpuntura urbana? Estamos a falar de antipiréticos para tratar uma doença do foro oncológico.
Mesmo na questão das receitas ficou limitada a uma melhor cobrança do IMI e a um cálculo mais bem feito(?) e pouco mais. Parece ser um tema interessante este do aumento das receitas. Aumento a troco do quê? De melhores serviços? Convém talvez lembrar que em última análise essse aumento de receitas corresponderá a um aumento de custos para os munícipes.
Na diminuição das despesas Roseta não acrescentou nada ao que outros já dsseram.
No posicionamento da sua candidatura foi evidente o piscar de olho ao PSD de Sá Carneiro, se é que isso existe, e a uma parte do PS. Mas não deixou de atacar Sá Fernandes acusando-o de ser um crítico que denuncia mas não propõe. Roseta quer ocupar o espaço de Sá Fernandes e disputa os seus votos. Para isso tenta acentuar uma imagem que a direita tem tentado colar ao vereador do BE: a de que Sá Fernandes se limita a criticar e nada acrescenta para a solução dos problemas funcionando como "um vigilante dos outros".
Há (maus) hábitos que se adquirem na política que nem a adesão à cidadania permite atenuar.
Etiquetas: Política das Cidades