Os CTT resolveram deixar o belo edificio que ocupavam, desde sempre, na Praça Tomás Ribeiro em Sines, em pleno coração da Zona Histórica da Cidade. Deslocaram-se para uma "nova centralidade", uma urbanização à maneira, sem lugares de estacionamento, sem zonas verdes, sem equipamentos colectivos, com montes de prédios atafulhados e um espaço publico miserável. Uma nova centalidade, em suma.
O argumento foi o da necessidade de servir melhor os cidadãos. Na realidade a exiguidade do espaço de que dispunham no velho edifício só era suplantada pela exiguidade do pessoal o que fazia com que uma deslocação aos correios obrigasse à desmarcação de qualquer agenda. O problema é que o novo espaço, para lá daquele ar berrante do novo design da empresa, não oferece nem mais espaço, nem mais pessoal nem ,afinal, melhor serviço. É a mesma coisa do costume numa localização mais excêntrica. Além do construtor, que vendeu as novas instalações, quem mais terá beneficiado com a nova localização?
Entretanto, enquanto esperava pela remodelaçaõ das suas instalações, o BPI alugou o espaço da velha sede aos CTT. Numa penada, através de uma simples e barata remodelação feita num fim de semana, aumentou o espaço disponível para o triplo. O número de funcionários que atendem ao público é três a quatro vezes mais do que os que executam a mesma função nos CTT. O que fará então correr - à toa, digo eu - os CTT?
O velho edifício está à venda pela melhor oferta a partir de uma base de 400 mil euros. Isto quer dizer duas coisas: demolir o existente e construir em cima um prédio com 3 ou 4 pisos. Imobiliário puro e duro, uma arte que a gestão dos CTT parce dominar muito bem. Assim se faz a "recuperação" da Zona Histórica da Cidade conjugada com a "criteriosa" gestão, dizem alguns, dos CTT.


 

Pedra do Homem, 2007



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