As últimas sondagens confirmam uma tendência que já se desenhava nas últimas semanas: o PS ganha com um resultado próximo da maioria absoluta, os dois candidatos independentes resistem ao desgaste e elegerão entre 3 e 5 vereadores. O PSD sofre uma derrota enorme e o CDS/PP sai de cena. Portas afirma que é a partir do resultado de domingo que se vai construir uma oposição séria a Sócrates. Sócrates podia ir de férias tranquilamente não fora a presidência portuguesa. Portas - a menos de um milagre de última hora mais do estilo Santa da Ladeira do que Nossa senhora de Fátima - vai tomar o comando de um dos táxis mais pequenos da cidade. Os resultados das sondagens variam muito com Roseta atrás de Sá Fernandes na sondagem do Público, e com a sua eleição em risco, enquanto no Expresso aparece acima de Rubem e do candidato do BE e elege dois vereadores. Pela campanha não elegerá mais do que a si própria na melhor das hipóteses. Mas pela campanha, e pelo seu conteudo, quem elegeria quem?
Sá Fernandes dificilmente deixará o lugar de pior resultado dos que conseguiram eleger vereadores. Muitos dos votos de 2005 desandaram. Sá Fernandes apareceu muitas vezes sózinho - talvez em homenagem ao espírito do detestável slogan - e no último dia escolheu uma deslocação à frente ribeirinha para todos podermos escutar... Gonçalo Ribeiro Telles.
Rubem de Carvalho deve reforçar o resultado da CDU. Julgo que elegerá entre dois e três vereadores e que mais do que duplicará os votos do BE. Impressões provocadas pela forma como decorreu a campanha dos comunistas com Jerónimo de Sousa infatigável no apoio ao seu candidato.
Carmona Rodrigues vai eleger três vereadores e se tudo correr como parece irá participar no governo da autarquia coligado com o PS. O PS em Lisboa apoiou muitas vezes Carmona nos úlimos dois anos e Manuel Salgado até trabalhou para a anterior maioria. O PS em Lisboa não faz muita questão desde que participe na partilha do poder. Negrão ficará, rés-véz com Carmona, nos três vereadores e ficará na oposição.
A campanha foi péssima. Uma seca. Os candidatos, ano após ano, mostram um deconhecimento tremendo sobre a vida da cidade, os seus problemas e as soluções para esses problemas. Temos uma das classes políticas mais incultas deste mundo. Como poderemos ter uma boa gestão municipal? Seja qual for o resultado domingo, Lisboa não terá motivos para sorrir.
PS - Para uma análise rigorosa - tanto quanto estas coisas permitem - das sondagens e das tendências que elas permitem descortinar não há nada como ler quem sabe.
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