Foi desta forma que o provedor de Justiça classificou diversas situações que detectou no concurso para Professores Titulares. Esta criação deste Governo e desta Ministra da Educação visa sobretudo diminuir a capacidade reinvindicativa dos professores e introduzir a divisão numa classe que apesar de tudo tem mantido alguma capacidade de contestação. Mas como se esperava abundam as razões para muitos serem preteridos de forma injusta. Tal como já acontece agora com a colocação normal de professores em que a ssituações de injustiça relativa se acumulam ano após ano. Com a agravante de que a injustiça neste momento é válida por três anos, no mínimo.
Nascimento Rodrigues afirmou que "(...)Pautada a avaliação de uns e de outros pelos mesmos critérios, se se compreende que só docentes do índice 340 [10º escalão] com certa pontuação se vejam automaticamente providos, já não se alcança que sejam os mesmos impedidos de ocupar vaga posta a concurso, quando esta pode ser ocupada por docente que, oriundo de situação remuneratória menos favorável, obtenha pontuação inferior à daquele(...) Esta ultrapassagem é tanto mais acentuada quanto é certo que, perante as exigências acrescidas da nova função, podem ficar afastados, justamente, docentes com mérito relativo superior, o que redunda, afinal, numa contradição com o assumido objectivo que presidiu à introdução das recentes alterações no Estatuto da Carreira Docente"
Mas as palavras e as recomendações do Provedor cairão certamente em orelhas moucas. Se há uma coisa que a actual ministra faz bem é fazer orelhas moucas. Veja-se a propósito as suas reacção às recomendações do provedor lamentando só delas ter tomado conhecimento pela comunicação social. Isto apesar de a Provedoria ter informado o Ministério na semana passada.
Bom, mas em conclusão o concurso para professores titulares terá um grande sucesso e pode até justificar uma cerimónia daqueles de que o primeiro-ministro tanto gosta com a vantagem de neste caso não necessitar de gastar o nosso dinheirito a contratar figurantes.


 

Pedra do Homem, 2007



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