Os PIN estão cada vez mais em todo o lado. Agora é José Roquette a aproveitar o investimento público no Alqueva para através de um PIN arrecadar os biliões de mais-valias simples que resultarão da mudança de uso do solo rústico, viabilizado por este Governo tão cioso do investimento , sempre em projectos de grande qualidade, que o ministro Pinho não se dá com a arraia miuda. Leia-se no Público de hoje, no Local, a notícia detalhada. Ficamos todos eternamente agradecidos ao bisneto do visconde de Alvalade. O homem vai investir mil milhões de euros para construir um empreendimento turístico-imobiliário a que chamará "Parque Alqueva" - que bonito - que será, segundo ele, um "Legado para as gerações futuras". Para as gerações dele e dos investidores que o acompanham, enriquecidas com o negócio bilionário feito com um sócio generoso que é a Administração Pública, convém dizer. O momento mais enternecedor é quando o empresário "garante que não irá estragar uma região como Reguengos de Monsaraz, onde tanto gosta de viver". De ir às lágrimas.
Claro que a jornalista não sabe quanto é que o investidor vai ver os seus terrenos valorizados, não por qualquer mérito resultante da sua actividade, mas tão somente pela mudança de uso do solo autorizada pela Administração Pública e quanto é que isso representa de mais valias simples. Quantas centenas de milhões de euros? Não sabe mas podia ter perguntado a quem sabe e evitado ter escrito uma peça que, como muitas outras, ajuda muito bem a vender gato por lebre.


 

Pedra do Homem, 2007



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