... é o que configura a declaração de Helena Roseta, a propósito do acordo entre o PS e o BE - ou será entre António Costa e Sá Fernandes? - de que "agora percebe-se bem a quem o Zé fazia falta".
Pode-se discutir o acordo político e as vantagens e desvantagens que ele traz à gestão da cidade e a cada uma das partes envolvidas mas, muito sinceramente, o que pretenderia dizer Roseta com esta declaração? Acharia ela que Sá Fernandes devia continuar remetido à oposição tal como a praticou no consulado de Carmona? Não foi Helena Roseta quem criticou asperamente Sá Fernandes por ter uma postura apenas destrutiva na câmara - entrevista ao Diga Lá Excelência, recordam-se - embora soubesse que isso era falso, mas optando - as coisas que se aprende nos partidos ... - por acentuar essa vertente com claros objectivos eleitorais?
Talvez Helena Roseta devesse explicar primeiro porque razão não chegou a acordo com António Costa para participar no governo da cidade. Terá sido porque alguns membros da sua lista se assustam só pela simples admissão da possibilidade de participarem num governo da cidade situado à esquerda? Terá sido porque os mesmos apoiantes que impediram o acordo com Sá Fernandes, antes das eleições, estiveram agora contra essa participação? Ou tão somente porque António Costa recusou - e muito bem - fazer da gestão do urbanismo uma espécie de "causa comum" de todos, dos que pensam uma coisa e o seu oposto, incluindo os que nos últimos anos reforçaram o link entre urbanismo e corrupção na cidade?


 

Pedra do Homem, 2007



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