A saída de Paulo Teixeira Pinto da liderança do BCP mostra que quem manda no banco é Jardim Gonçalves e que é ele quem põe e dispõe. A conversa dos accionistas e da renovação mais a da velhice do patriarca deu no que deu. Mas, este processo permitiu perceber como alguns dos figurões da nossa sociedade - com estatuto de figuras pública e que ocupam no espaço público mediático o lugar que se costumava dar a pessoas de reconhecida independência - estão nestes locais onde o cheiro do dinheiro é mais intenso, com o estatuto de avençados, em representação de quem lhes paga. Era vê-los, sempre prestáveis perante a câmaras, a debitarem vulgaridades e lugares comuns em representação do "banco tal" ou do "accionista fulano de tal". Gente acima de todas as incompatibilidades.
A conclusão mais importante é que PTP vai para casa mais cedo com uns simpáticos 3 milhões de euros no bolso, mais uma choruda reforma, ele que é o mais jovem ancião da nossa praça. Isto tudo por uns anitos - menos de uma dezena, ao que parece - de trabalho no Banco. Imagine-se que se aplicava critério semelhante na aposentação e na negociação de reformas dos restantes trabalhadores. Caia o Carmo e a Trindade, que era a pura racionalidade económica que estava em causa.
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