Luís Freitas Lobo, na sua página no Expresso de hoje, dedica uma coluna ao caso do atraso que decidiu(?) o jogo do Dragão. Luís Freitas Lobo é o jornalista que melhor reflecte sobre as coisas do futebol que se joga neste tempo, julgo eu. A tese que LFL defende na sua coluna é a de que um bom árbitro para o ser tem que conhecer o jogo além das regras. Esta tese permite-lhe absolver Pedro Proença ja que "quando Polga aborda o lance, com o controlo do espaço que lhe permite inteceptar a bola, ele tem, de imediato, a percepção que pode fazer o corte sem ser de uma forma meramente destrutiva passando, ao mesmo tempo, a bola para um companheiro, mesmo que estes estivessem no enfiamento da baliza. Sem eles, teria enviado a bola para a baliza e feito autogolo(...)"
Esta tese levada ao extremo conduzir-nos-ia a uma redefinição dos conceitos futebolísticos. Por exemplo corte só poderia ser considerado quando da acção resultasse a saída da bola do recinto de jogo. Sempre que a bola permaneçesse no campo e sendo recuparada por um colega de equipa do jogador que o efectuou estaríamos perante um passe. A menos que o jogador que o efectuou - o corte ou o passe segundo LFL - não tivesse "o controlo do espaço".
Claro que todos s jogadores que efectuam um corte têm a secreta esperança que a bola fique na posse de um seu colega sem que daí se possa concluir que estamos perante um passe. No caso em análise o carácter in extremis da acção mais inviabiliza a análise de LFL.
E, por fim, a regra mal aplicada, destina-se a punir o anti-jogo, categoria em que a acção de Polga não se inscreve nem com muita imaginação, isto é a salvar o jogo. Um caso claro em que a regra e o jogo coexistem ou devem coexistir, sem antes nem depois.
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