No SOL deste fim de semana é dado destaque à divulgação do currículo de um vereador da Câmara de Coimbra, eleito pelo PS de que é aliás presidente da Comissão Política concelhia, no que se refere à área sensível da obtenção de financiamentos partidários ilícitos. Uma área muito especializada, como se sabe.
Entre os corruptores activos - o distinto vereador era o corruptor passivo - destaca-se o incontornável Domingos Névoa, o tal do caso "Bragaparques versus Sá Fernandes". No caso coimbrão a massa envolvida foi menos, qualquer coisa como 50.000 euros, do que os 200.000 euros que visaram seduzir Sá Fernandes. O objectivo era no entanto o mesmo: contribuir para que o distinto autarca permitisse, com o seu esclarecido voto, aprovar o negócio que a Braparques entretanto concretizou nos terrenos do parque subterrâneo na Baixa de Coimbra.
Notável é a explicação de Névoa que esclareceu ter o empréstimo representado um "empréstimo entre dois amigos" que já foi liquidado. Embora Névoa não refira a taxa de juros utilizada, nós sabemos que ela foi muito elevada como sempre acontece nos processos em que os representantes do interesse público são corrompidos.

PS - Coimbra que se reinvindica da "Capital da saúde" é uma cidade em que, conhecidos os casos que se sabe, pelo menos a corrupção goza de muito boa saúde.


 

Pedra do Homem, 2007



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