Joseph Stiglitz, o ex-conselheiro de Clinton e Prémio Nobel da Economia em 2001, apoiou em Caracas a iniciativa de Hugo Chavez de criar um banco regional de empréstimos de apoio ao desenvolvimento dos países da América do Sul.
Stiglitz, que denunciou o Consenso de Washington e foi vice-presidente do Banco Mundial, afirmou que: "«É uma boa coisa haver concorrência na maioria dos mercados, incluindo o mercado do empréstimo para o desenvolvimento», (...) o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional tendem a impor muitas condições que entravam um efectivo desenvolvimento".
Chavez é definitivamente uma personagem muito mais complexa do que a imagem estereotipada do ditador sul-americano, que a nossa direita mais ideológica tenta passar, faria supor. Separar a análise da personagem política das políticas concretas e dos seus conteúdos, fazendo sobressair o seu carácter muitas vezes populista e demagógico, é uma via fácil para a diabolização mas não passa de uma análise simplista que lida mal com a realidade complexa daquela zona do globo e que por isso se permite mesmo dispensar a realidade, como coisa supérflua.
Uma zona na qual Stiglitz denuncia a cooperação "à lá USA" como ao serviço "da estratégia americana de dividir para conquistar, uma estratégia para tentar conseguir o máximo de lucros para as empresas americanas, deixando pouco para os países em desenvolvimento"
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