N'A Origem das Espécies, Francisco José Viegas sobre o incidente hispânico:

Interrompo a programação normal para ofender voluntária e deliberadamente os puritanos e restantes amigos que acham que o rei de Espanha não podia mandar calar o mandatario Hugo Chávez. Qualquer um poderia mandar calar o sujeito. Aliás, qualquer um devia mandar calar o indivíduo, até para podermos ouvir Zapatero, que tentava articular uma frase que não chegou a dizer.

Zapatero não defendeu Aznar. O que vi foi o actual presidente do governo espanhol a defender o seu antecessor. Um detalhe que não é apenas um detalhe; e que transforma a sua posição na mínima aceitável naquele forúm. O facto de Aznar ter procedido de forma diferente no passado não valoriza a posição de Zapatero, antes desqualifica aquele - Zapatero comportou-se como lhe seria exigido. Bem sei que, nos tempos actuais, isso poderá colocá-lo muito acima daquilo a que estamos habituados, mas não constitui, em si, uma prova de estadista brilhante.

Quanto a Juan Carlos, não fosse ele rei e muitas das críticas ouvidas teriam sido sonoros aplausos. Uma chatice, estas monarquias datadas quando comparadas com a nossa república perfeita.


 

Pedra do Homem, 2007



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