O tipo de afirmações que José Miguel Júdice tem feito sobre o novo bastonário da ordem os advogados. O antigo bastonário não gostou do seu sucessor e agora não gosta nada deste. Mas as declarações são muito para lá do gostar ou não gostar, situam-se noutro campo. Segundo o Público de 8 de Dezembro JMJ acusou Marinho Pinto de ser um populista como Mussolini e Chávez.
Marinho Pinto tem ao que aprece um grande defeito para as elites da advocacia: não pertence a nenhuma das poderosas sociedades de advogados, fortemente imbrincadas com o poder político e desde sempre confortavelmente sentadas à mesa do Orçamento. Diz por outro lado algumas das verdades eternas que alguns querem, à viva força, deitar para o caixote do lixo da história. Uma delas foi a declaração, ao "Diga Lá Excelência", de que "quem faz leis não pode ter clientes privados". Não pode mas tem. Um dos grandes males que estão na origem da corrupção elevadíssima que mina a democracia no nosso país é exactamente esta promiscuidade entre o público e o privado. Para dar um exemplo na área do urbanismo - há centenas de casos pelo país fora - imagine-se alguém a fazer um Plano de Urbanização para uma auatqruia e a fazer os projectos ao mesmo tempo para um privado com interesses fundiários na zona...


 

Pedra do Homem, 2007



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