O banco da Opus Dei - o BCP - tem sido nos últimos dias uma fonte quase inesgotável de ensinamentos. Por exemplo ficámos a saber que a CMVM e o BP enquanto entidades com a função de supervisão e de regulação valem muito pouco ou nada. Actuam sempre mas... só depois das notícias sairem nos jornais. Até que isso suceda dormem a sono alto que é uma função auto-sustentável. Nenhuma das duas deu pelas irregularidades - para usar uma expressão benigna - que ao que se sabe eram uma práctica corrente no outrora insuspeito maior banco privado português. Fernando Ulrich chamou a essas prácticas BCPinas, batota. Ninguém o desmentiu ou processou. Podemos supor que era verdade o que ele afirmou.
Ficámos a saber que a Administração de um banco público - estratégico como os políticos costumam dizer - pode passar-se em parte para um banco privado, que daí não virá mal ao mundo. Afinal neste país o interesse dos privados - de alguns privados -não se confunde sempre e não costuma sempre capturar o interesse do Estado? Dizem alguns com muita ingenuidade que isso é bom para os privados. Pois é. A administração da CGD tem um conhecimento da estratégia da empresa e dos seus interesses e negócios que transporta para o seu novo local de trabalho e que usará em favor dos seus novos accionistas. Não deveria haver um período de nojo em situações desta natureza? Nojo é uma palavra que se utiliza pouco, embora não faltem motivos para isso.
Menezes mostra-se preocupado com tudo isto mas fica satisfeito se - como sempre aconteceu, diz ele - o Governo nomear um dos seus - do PSD, entenda-se - para a CGD. Fala-se de muita gente incluindo Dias Loureiro. Estará tudo doido? O loteamento dos lugares públicos entre os dois partidos é uma práctica instalada. Não é no entanto costume falar da coisa desta forma.... desbragada. Menezes não vai longe. Fala muito e faz pouco. Aconselha-se mais discrição.
Há quem condene esta prosmicuidade entre o público e o privado entre o stado e o capital financeiro. nada d enovo. O modelo de negócio da banca e a causa maior do seu sucesso está ou não ancorada em decisões políticas de fundo que só ao Estado compete?
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