O resultado das eleições para o BCP deram uma vitória à lista do ex-presidente da Caixa Geral de Depósitos na ordem dos 97%. Miguel Cadilhe não foi além de uns meros 2,6%. Nestas coisas dos bancos privados valem afinal as mesmas regras dos partidos: revisitem-se os resultados dos congressos partidários e veja-se a unanimidade à volta dos vencedores. Os resultados no BCP aproximam-se dos normais no PS e no PSD. A comparação com o PCP fica prejudicada pelo facto de não recorrerem ao voto por braço no ar. Mas, em boa verdade o que se poderia esperar? Que accionista podia recusar uma administração que junta o ex-presidente e um administrador da Caixa Geral de Depósitos, amigos de longa data do primeiro-ministro e seus camaradas, além do último Director Geral dos Impostos, quadro superior da instituição? Que outra liderança podia garantir a tranquilidade ao BCP e a necessária e conveniente esponja sobre o passado recente (há quem diga que não era tão recente assim)?


 

Pedra do Homem, 2007



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