... exageradas. Afinal, Sócrates deu o dito por não dito e optou por ratificar o tratado no Parlamento. Retiro daqui 3 conclusões. 1) Sócrates mostra falta de respeito pela palavra dada em eleições ( bem sei que há uma leitura criativa, chamemos-lhe assim, que aponta para a mudança de natureza da coisa, mas isso é conversa fiada para convencer...fiéis) ; 2) mostra que não deixa de ser sensível às ameaças exteriores - pelo menos a francesa foi notória- e aos avisos do Presidente da República - feito no dia da decisão, certamente com conhecimento profundo das dúvidas de Sócrates e do peso das suas palavras na decisão; 3) Sócrates cedeu com conhecimento da impopularidade da decisão - se os estudos de opinião fossem mais animadores talvez o assunto tivesse sido resolvido mais cedo - mas sabe que a oposição não capitaliza esta decisão, com excepção dos partidos mais pequenos( PSD e Presidente da República tinham antecipadamente definido o seu campo). Daqui tiro a conclusão que Sócrates sabe que o referendo iria ter um desfecho negativo para o Tratado além de ser uma oportunidade para capitalizar os descontentamentos internos. Não seria essa também a preocupação de Belém?
Adenda: Pode-se ter uma ou outra posição sobre a decisão. Mas para os apaniguados do PS, aqueles que estão a favor do referendo o que querem é sair da Europa pelo que deviam propor um referendo sobre a permanência ou não na Europa. Há uma mediocridade e uma desonestidade intelectual tremendos nesta posição.
Saúdo os 7 heróis que votaram contra Sócrate na Comissão Política do PS. Afinal ainda se registam sinais de alguma actividade intelectual relevante.
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