... a intervenção de José Sócrates, no Centro Cultural de Belém à saída de uma iniciativa política, a comentar a situação política pós-manifestação dos professores caracterizou-se pela falta de clareza, pela repetição sucessiva dos mesmos chavões, por um indisfarçável desconforto com a situação social existente, por uma tentativa de mostrar uma convicção inabalável que já não parece possuir.
Foi impressão minha ou a intervenção do primeiro-ministro arrastou-se muito para lá do razoável, transmitindo uma sensação de cansaço, de desgaste, de falta de convicção e de perspectiva do futuro? Foi impressão minha ou a declaração de apoio à actividade da ministra colocou como única saída possível para o fim da actividade de Maria de Lurdes Rodrigues como ministra uma conveniente "abdicação por motivos pessoais" tipo "Correia de Campos"?
Foi impressão minha ou a intervenção de Sócrates mostrou cansaço e fraqueza e uma imagem, não esperada apesar de tudo, de fim de ciclo?
Poucas coisas correm bem a este Governo e a este Primeiro-Ministro apesar dos inenarráveis Portas e Menezes.


 

Pedra do Homem, 2007



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