A greve dos trabalhadores na ETAR de Sines não parece aproximar-se do seu final. As exigências dos trabalhadores - salários de 800 euros contra os 500 actuais e condições de segurança pessoal no trabalho - parecem de uma justiça elementar. A empresa e os trabalhadores não conseguem dialogar. Sendo a empresa uma concessionária do Ministério do Ambiente não existe possibilidade legal de pôr cobro a esta situação? A paragem da ETAR acarreta ou não riscos para a saúde pública, em particular pela contaminação das águas do mar? A paragem da ETAR acarreta ou não custos acrescidos para o ambiente já tão castigado nesta zona?
Porque razão o Governo através do Ministério do Ambiente nada diz sobre esta situação?
Os incidentes com a GNR não são aceitáveis. Porque será que existe sempre a tentação de usar a força quando o que está em causa é o direito à greve? Como acham que os trabalhadores devem reagir para defender os seus direitos? Alguém acha digno que se trabalhe por 500 euros e que nesse trabalho se contacte com substâncias de elevada toxicidade e extremamente cancerígenas?


 

Pedra do Homem, 2007



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