No Público de hoje(*) um entrevista, delirante é a palavra certa, com António Cunha Vaz, apontado como um dos homens mais poderosos e influentes deste País. Depois de uma hilariante entrevista com o igualmente influente Abel Pinheiro, no Expresso de algumas semanas atrás, esta entrevista mostra bem o estado de vacuidade em que se encontram os partidos que entregam o seu destino político a estas pessoas.
Para além da revelaçãode um conjunto de detalhes irrelevantes sobre o tipo de concelhos que deu ou não deu e sobre o tipo de responabilidades que assume ou não assume o que importa é a substância, as coisas profundas que se podem obter das declarações deste homem. Cito: "
(P) Porque decidiu trabalhar com o Luís Filipe Menezes?
Porque neste momento, apesar de ter uma boa carteira de clientes, interessava-me também poder aceder a outro tipo de clientes, mais próximos do Estado.(...)
(P) Então porque não desiste de trabalhar com os políticos?
Porque gosto da política. Divirto-me. Ficamos a conhecê-los melhor.É como ir ao circo.(...) Há bons artistas, bons palhaços, bons trapezistas.Há aquele tipo que não faz nada, mas apresenta....(...)
(P) Vai tornar-se político?
Agora não posso abandonar a agência. Mas estou farto dos comentadores, de alguns jornalistas e de alguns clientes.
(P) Na política, teria que os aturar a todos.
Não, porque não queria ser o número 2 ou o número 3. Só vou para a política, se for para mandar.

(*) - Links via Zero de Conduta


 

Pedra do Homem, 2007



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