A actual situação em Lisboa é surpreendente. O Governo planeia, escolhe projectos e anuncia obras que representam intervenções relevantes na cidade. O Presidente da Câmara face aos anúncios Dessas grandes obras do Governo, declara que " A indicação que nós temos é que não se trata de um novo terminal [de contentores] mas de um rearranjo do terminal existente de forma a duplicar a sua capacidade. Isso parece-nos positivo porque, como temos dito, o Porto de Lisboa é uma actividade importante para a economia da cidade e melhorar a capacidade de serviço do Porto de Lisboa é melhorar a base económica da cidade" A indicação que nós temos ?
O presidente da autarquia não esteve presente na cerimónia de lançamento das obras do Governo talvez porque queira deixar claro, para os que ainda não perceberam, que a actual maioria política tem como única estratégia para Lisboa ceder a gestão de vastas áreas do seu território ao Governo. Não se discute se as iniciativas são boas ou más - nas cidades democráticas essas discussões devem preceder as decisões - mas sim o facto de, ostensivamente, o presidente da autarquia enfatizar que não sabe muito bem o que se irá passar embora a "indicação que nós temos..."
Quem falou em governamentalização de Lisboa?


 

Pedra do Homem, 2007



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