O primeiro-ministro está em campanha para explicar aos socialistas as vantagens do Pacote Laboral e aproveita para criticar a sua esquerda acusando-a de eleger sistematicamente o PS como o seu inimigo principal. Mas as críticas de Sócrates à sua esquerda radicam sobretudo na necessidade que ele sente de limitar a expressão eleitoral quer do PCP quer do BE.
O PS vale hoje quase 13% menos do que há um ano atrás e está longe da maioria absoluta. Não descola dos 37-38% dos votos. Sendo previsível que o PSD venha a subir após a ultrapassagem desta fase conturbada restará ao PS recuperar os votos perdidos à sua esquerda. Ora o que a evolução do barómetro da Marktest evidencia é que à esquerda do PS existem mais de 20% dos eleitores que manifestam uma constância nas intenções de voto no PCP e no BE que permite concluir que os resultados destas duas forças políticas irão melhorar muito na próximas eleições. O Pacote Laboral podia ser a expressão de uma alteração na condução das políticas e um sinal de inflexão à esquerda. Mas a esquerda reagiu evidenciando os aspectos negativos da proposta e isso, manifestamente, enervou oprimeiro-ministro.
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