O argumento utilizado pelo PS para chumbar o pacote anti-corrupção de Cravinho foi o de que aquele atentava contra o Estado de Direito já que consagrava a inversão do ónus da prova. O Expresso, pela pena de José Pedro Castanheira, recupera, a propósito da ratificação da convenção da ONU sobre enriquecimento ilícito, as declarações de Jorge Sampaio no 5 de Outubro de 2005 - como envelhecem e caiem no esquecimento e na absoluta irrelevância as declarações solenes dos Presidentes da República - " Quem enriquece sem se ver donde lhe vem tanta riqueza terá de passar a explicar à República "como" e "quando". Esta inversão é o encargo que os cidadãos inexplicavelmente enriquecidos terão de suportar para que a Justiça e a moralidade sejam repostas".
Saliência para a argumentação do porta-voz do PS neste debate, Ricardo Rodrigues, que usa e abusa de uma visão estática, purista, do "Estado de Direito" parecendo querer apenas assegurar que a Administração permanece de pés e mãos atadas perante os meios cada vez mais sofisticados de a corrupção se exercer.
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