....há uns mais iguais do que os outros. Os ex-governantes têm fortes relações com o poder político e com os partidos do arco do poder. Muitos deles acumulam essas decisivas ligações com uma presença forte no espaço público mediático, onde exercem uma proveitosa, em poveito próprio e de quem lhes paga no meio empresarial, acção de condicionamento da acção governativa.
Para estas pessoas nem a idade atrapalha. Apesar de, como referiu oportunamente o Presidente da República, em Portugal se envelhecer muito rapidamente isso não se aplica aos ex-govenantes e aos políticos com efctiva influência junto de quem manda. E não se aplicará aos seus familiares mais jovens, que não estão, certamente, incluídos nos números elevados de jovens licenciados numa situação de desemprego ou que exprimentam o "método Sonae" do começar por baixo numa caixa de um hipermercado do grupo.
Mas esta negação sistemática da meritocracia e o tráfico de influências tem outras expressões a outros níveis do poder, por exemplo no poder local. E aí o PCP bem pode ficar calado. A menos que saiba explicar-nos quais os critérios que adopta nas autarquias por si lideradas e o roullement de técnios de confiança política que saiem de uma câmara perdida para aterrarem noutra em que ainda se mantêm o poder. Paraquedistas, ter-lhe-á chamado alguém.


 

Pedra do Homem, 2007



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