"Quem está no Governo tem de alinhar pela União Europeia (UE), que já dita 60% das nossas regras económicas. E a UE não está à esquerda. Também não está à direita. Mas a verdade é que a UE não tem uma orientação de esquerda e nós temos de alinhar pela UE." Esta é a resposta de Almeida Santos a uma pergunta, numa entrevista no DN, sobre a inevitabilidade do PS ser de esquerda na oposição e de diireita no poder. O discurso da fatalidade como fundamento para a actual política de direita do Governo.
Os actuais dirigentes do PS -pelo menos os que pensam como Almeida Santos - já esqueceram que a Democracia é o regime das escolhas livres e informadas e que a fatalidade é mais uma característica de outros regimes, como o de antes do 25 de Abril.
Mas leia-se a resposta a outra questão sobre a razão pela qual o PS, neste contexto, não muda o seu programa de partido e a sua matriz . A resposta não deixa dúvidas. Diz Almeida Santos: "Não, porque Portugal não tem condições para viver fora da UE. Temos de ter consciência de que somos um país pobre de recursos, e nem sempre temos consciência. O melhor que temos ainda são as pessoas, a verdade é essa. Os portugueses têm de ter consciência que somos um país sem recursos naturais significativos. Tivemos o mar, mas abandonámo--lo, não sei bem porquê. Não temos petróleo, não temos diamantes, não temos minerais".
Perceberam? Passámos do orgulhosamente sós para o orgulhosamente porezinhos e obedientes mas alinhadinhos e sem veleidades de querer ser qualquer coisa que a UE não visse lá com muitos bons olhos: como por exemplo ser de esquerda e querer governar á esquerda.


 

Pedra do Homem, 2007



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