Luís Filipe Menezes aparece na campanha de Passos Coelho
Luís Filipe Menezes era péssimo. Uma análise justa, convenhamos. Passos Coelho, com um conjunto assinalável de vacuidades e uma tentativa de vender uma ideia de renovação e de mudança que o seu currículo não legitimam, é o futuro para muitos sectores hiper-críticos da liderança anterior. Uma ideia bastante forçada.
Mas o que vale Passos Coelho sem a bengala de Menezes? Zero!!!
Foi essa aguda consciência da sua irrelevância que levou o ex-líder da jota a colar-se como uma lapa às tropas de Menezes. Depois do patético acto de nomear o filho de Menezes seu mandatátio para a juventude - o que equivale a todo um programa insusceptível de ser comprimido em dez pontos - o candidato recebeu a declaração do ex-porta-voz de Menezes, Agostinho Branquinho - o tal que começou o affair Câncio, lembram-se? - de que as distritais que apoiaram Menezes, quase todas apoiavam Passos Coelho para, finalmente, receber o apoio, em campanha, de Menezes. Compare-se este aparecimento com a frieza para com Santana, quando este se pôs a jeito para uma palavrinha do líder.
Se Menezes quiser, mesmo a sério, Passos Coelho vai ganhar. Porque Menezes põe e dispõe dos votos, através dos seus homens nas distritais. Mas uma coisa é certa: Passos Coelho vai ser sempre um líder fraco controlado à distância por Menezes, que parece pretender ser, passe o exagero da comparação, o Putin do PSD, detendo o poder efectivo, mesmo o poder de decidir quem ganha e quem perde nas eleições internas.
Com Passos Coelho, Sócrates pode dormir descansado. Aos que o acusam de ser um político de plástico, sem ideias, sem ideologia e sem projecto, Passos Coelho parecer-lhes-á a pura materialização do vazio.


 

Pedra do Homem, 2007



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