"Portugal desacelera e apenas deverá crescer 1,5 por cento este ano."
Esta é a verdadeira razão pela qual o primeiro-ministro e o ministro da economia fumavam furiosamente por trás da cortina. Tinham notícias que davam conta que um terço do crescimento económico previsto para este ano tinha... sumido.
Digam lá se não era razão para umas valentes cigarradas. O que nos vale é que esta nova previsão foi feita com "com critérios de prudência e realismo" na novilíngua de Teixeira dos Santos. A mesma linguagem que lhe permite negar aos funcionários públicos uma revisão intercalar dos seus salários por não descortinar qualquer razão para isso.
Não seria prudente e realista fazer as coisas doutra forma? Mais justa, mais solidária, um pouco mais à esquerda?
Este post podia chamar-se "desventuras de um optmista militante". Quem se recorda ainda das declarações de Teixeira dos Santos no ínicio de Abril quando reagia com a confiança infundamentada dos mais optimistas às sucessivas revisões em baixa do crescimento económico, quer por parte do BP quer do FMI? Foi essa confiança de então, esse optimismo quase irracional, que determinou a gaguez indisfarçável que atacou hoje o ministro que, numa tão curta declaração, titubeou, trocou as palavras enganou-se. Mostrou, afinal, que a confiança que sempre quis incutir aos portugueses já o abandonou a ele um ex-optimista militante.

PS - Porque razão a economia portuguesa desacelera quando ela dispara na Zona Euro e atinge na Alemanha um crescimento de 1,5 face ao anterior trimestre?


 

Pedra do Homem, 2007



View My Stats