"PSD quer que o vereador perca o pelouro dos Espaços Verdes. Assembleia Municipal de Lisboa aprova moção de censura a Sá Fernandes"
O oportunismo do PSD na Assembleia Municipal de Lisboa não tem limites. Como não tem limites o desejo de vingança contra Sá Fernandes a quem a direita não perdoa a sua luta contra a corrupção na gestão da cidade. Conta nesta cruzada com a colaboração empenhada do PCP e do PEV o que está longe de ser uma surpresa: PCP e PSD têm aliás uma longa história de bom entendimento na gestão autárquica revisite-se o Alentejo ou mais recentemente a autarquia do Porto.
O PSD quer que o vereador perca os pelouros a partir de uma decisão política de uma Assemleia Municipal. Por acaso o mesmo partido que na revisão das leis eleitorais autárquicas tudo fez para impedir a dignificação dessas mesmas Assembleias Municipais. O PSD quer censurar o vereador mas poupa o executivo no qual ele se integra por via de um acordo polítco. O PSD quer vingança e o pretexto é isso mesmo: um pretexto.
Sá Fernandes fez mal em colaborar com Marcos Perstrelo - o silencioso - nesta trapalhada. A cedência do espaço público, mesmo que com futuras vantagens para esse mesmo espaço público, é um caminho perigoso e pelo qual o vereador do BE não devia ter entrado. Devia ter-se lembrado do que pensaria o cidadão Sá Fernandes de uma tal iniciativa. Devia ter-se lembrado do que o cidadão Sá Fernandes faria numa situação como essa. O problema de Sá Fernandes neste caso é que com parte do poder na mão e animado pela necessidade de fazer coisas, com pouco ou nenhum dinheiro, parece ter-se deixado vencer pelo pragmatismo tão nocivo na actividade política. Mas não terá sido para isso que os lisboetas votaram em Sá Fernandes, para isso já lá tinham muitos com provas dadas ao longo de décadas.
A mesquinha iniciativa política do PSD é outra coisa. Aliás, que respeito merece quem contra todas as evidências permaneceu agarrado ao poder recusando submeter-se a eleições apenas e só para poder exercer uma acção de contra-poder? Esta moção de censura apenas permite chamar a atenção para o seu censurável comportamento político. Funicona assim como uma auto-censura.


 

Pedra do Homem, 2007



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