"DREN não quer professores que dão notas "distantes da média" a classificar exames"
A dona Margarida é assim: verbaliza com particular brutalidade, mas de forma sincera, a filosofia política do Ministério.
Os objectivos resumem-se à estatística? Pois então porque não remover os factores que influenciam negativamente essas estatísticas?
Se alguém pensar que a resposta está na melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem que tire daí o sentido: o problema resolve-se substituíndo os professores que corrigem as provas. Ficamos a saber que para o ME a mesma prova pode ter diferentes classificações dependendo do professor que as corrige. Sendo isso natural o que parece absurdo é que as diferentes classificações oscilem entre o estatisticamente correcto e o estatisticamente inadmissível... para a DREN. Que os alunos e a sua capacidade passem a ser irrelevantes para esta discussão é outro motivo de perplexidade.
Talvez a DREN esteja a tentar poupar-nos a todos a outra campanha das Novas Oportunidades. Garantindo na origem o direito ao sucesso escolar à custa do pequeno sacríficio de alguns professores inesperadamente rigorosos na hora de avaliar os meninos.


 

Pedra do Homem, 2007



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